A Fermentec está conduzindo uma pesquisa para avaliar a assimilação de diferentes carboidratos pelas leveduras personalizadas. Com a crescente busca do setor sucroalcooleiro por novas matérias-primas, como o sorgo sacarino e o amido para a fabricação do etanol de primeira geração e hidrolisados de bagaço e biomassa vegetal para o etanol de segunda geração, é necessário conhecer as habilidades fermentativas, tanto das leveduras já utilizadas atualmente, quanto das personalizadas.
Foram avaliadas as leveduras A, B, C, D, E, G, I, J, K e L. Todas possuem atividades de invertase e transportadores ativos de hexoses, pois foram capazes de metabolizar a sacarose, glicose e frutose, bem como a galactose, mas em relação a outros carboidratos elas apresentam algumas diferenças, veja abaixo:
A, C, I e L não assimilaram a maltose;
B, D, E, G, J, K, F e H assimilaram a maltose;
Somente as K, G e D foram capazes de metabolizar totalmente a maltotriose;
A personalizada K assimilou a maltotriose, com curta fase lag (7h) e poderia ser uma levedura indicada para fermentações de hidrolisados de amido, como milho, por exemplo;
A levedura D foi a única que assimilou totalmente a rafinose, porque é capaz de assimilar a melibiose, um carboidrato intermediário da hidrólise da rafinose. Portanto, esta levedura tem um grande potencial para ser utilizada em fermentações à base de soja.
Com este trabalho foi possível descobrir os diferentes perfis de desenvolvimento das leveduras personalizadas em diversos carboidratos. “Isso abre novas perspectivas de utilização destas leveduras em diferentes substratos, que não sejam à base de cana-de-açúcar, tais como hidrolisados de amido (maltose e maltotriose) e soja (rafinose)”, explica Silene Paulillo, coordenadora de pesquisas em seleção de leveduras da Fermentec.