Amorim: investimentos que se pagam em poucos dias
Nos últimos cinco anos, os custos para produzir açúcar praticamente dobraram por causa do preço da mão-de-obra, transporte, aumento dos insumos, valor do arrendamento e implantação da mecanização. Além do aumento dos custos, a colheita mecanizada trouxe uma série de desafios para a indústria como maior número de impurezas vegetais, redução da extração, dificuldades do preparo, embuchamento, maior volume de bagaço, redução da capacidade de moagem e aumento da umidade do bagaço. A cana crua também afetou a clarificação do caldo, aumentou a incrustação dos evaporadores e reduziu o esgotamento de fábrica.
Todos estes fatores tornam a união da indústria com a agrícola fundamental. Se os gestores da indústria não tiverem uma visão holística, ou seja, de todo o processo, dificilmente conseguirão resolver o problema dos custos. Diante de tantas variáveis que podem provocar perda de rendimento é preciso medir. Graças às medições de parâmetros da matéria-prima de clientes contratuais realizadas pela Fermentec foi possível aumentar o rendimento da fermentação de 75% para 92% e com as novas tecnologias é possível ir além, destacou o presidente da Fermentec, Henrique Amorim.
Segundo ele, o mais importante é saber se o que está sendo medido está correto. Para trazer o máximo de precisão, há alguns equipamentos disponíveis, como o cromatrógrafo “é um aparelho fundamental daqui para frente que, se utilizado por pessoas treinadas e qualificadas, pode trazer um retorno do investimento em dois ou três dias”, afirmou Amorim.
Na fermentação, outro desafio para não comprometer o rendimento é garantir a permanência das leveduras no processo. Além do investimento em equipamentos, também é necessário utilizar metodologias, como a cariotipagem e o DNA mitocondrial para descobrir o parentesco entre as leveduras mais eficientes e assim chegar a novas linhagens que tenham maior permanência na fermentação. Finalmente, as últimas palavras em fermentação, as leveduras personalizadas e 16% de teor alcoólico, ambos tecnologias desenvolvidas pela Fermentec, serão a chave para chegar ao máximo de eficiência. “otimizar custos não é diminuir gastos, é utilizar as ferramentas para obter o maior retorno possível”, concluiu Amorim.
Classificação beneficia usinas que investem em tecnologia
A segunda palestra da 34ª Reunião Anual da Fermentec mostrou como as decisões do governo afetam a imagem e os investimentos no setor sucroenergético. Para o CEO do BENRI, Manoel Bertone, o setor foi fortalecido no governo passado, que desenvolveu um trabalho produtivo para elevar financiamentos e reduzir taxas de juros, cenário totalmente diverso da gestão atual. Por causa da preferência das unidades em produzir o açúcar, que apresentava um melhor preço, o setor acabou sendo classificado como ineficiente, pela redução na produção do etanol.
Mostrar quem é quem no mercado é o trabalho do BENRI, sistema de classificação por rating independente de unidades produtoras de cana de açúcar, açúcar, etanol e energia do bagaço da cana no mundo. Só um sistema de classificação de qualidade transparente, independente e confiável, pode diferenciar empresas que obtêm bons resultados das que apresentam problemas e ineficiência operacional. O rating complementa a avaliação financeira para facilitar a concessão de crédito e análises de investimentos.
“O setor ainda não consegue mostrar que há usinas em nível de excelência e há as que têm muito a melhorar. Fazer essa diferenciação é o trabalho do BENRI. A separação do joio do trigo é a solução para que o setor tenha maior apoio das políticas públicas e da sociedade”, afirmou Bertone.
34ª Reunião Anual teve diversas novidades
Pela primeira vez o Coral Fermentec se apresentou para os clientes contratuais. A apresentação aconteceu antes do início das palestras na abertura da Reunião Anual. Sob a regência de Malu Canto, os colaboradores cantaram um repertório diversificado com direito à várias coreografias.
Nesta edição também foram sorteados livros sobre a tecnologia em fermentação desenvolvida nos últimos anos pela Fermentec.
O médico psiquiatra Augusto Cury, considerado pelo jornal Folha de S. Paulo o autor mais lido da década, fez a palestra motivacional da edição de 2013. Cury falou sobre os caminhos para ter uma mente aberta e criativa e de como os sentimentos ruins podem afetar esse desenvolvimento.
Com o show room mais amplo, as empresas participantes da exposição mostraram suas últimas novidades para os profissionais de usinas e destilarias. Veja mais imagens das empresas expositoras na galeria de fotos abaixo:
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