A Fermentec deu a largada para mais um ano de desafios na Reunião de Início de Safra que reuniu profissionais de usinas e destilarias clientes no dia 24 de fevereiro, em Piracicaba, SP. “Não existem duas safras iguais nem duas usinas iguais. Este ano muitas usinas emendaram uma safra na outra, algo que eu nunca vi” afirmou o presidente da Fermentec, Henrique Amorim, na abertura do evento reforçando a necessidade da busca contínua por conhecimento que os profissionais do setor devem ter em mente.
Otávio Tufi, auditor do Benri, empresa de rating agrícola e industrial, apresentou dados que comprovam porque o setor pode ser uma “caixinha de surpresas”. Chuvas e erros de estimativas aumentaram a idade da planta, safra de dezembro a novembro sem interrupção causou danos irreversíveis ao canavial e produziu uma grande quantidade de cana a ser processada. A idade do canavial subiu de 13 para 16 meses na média. Segundo ele, a safra 2015/16 foi bem diferente dos últimos anos “Nada é estático, principalmente na área agrícola”, concluiu.
A boa notícia é que o setor fez a lição de casa e aproveitou margens disponíveis para melhorias que trouxeram resultados expressivos para muitas unidades. Hoje, a Fermentec atende unidades responsáveis pelo processamento de 25% da cana do Brasil. Para citar alguns exemplos, houve evolução nos parâmetros de perdas determinadas e indeterminadas, redução no consumo de óleo diesel e aumento na utilização de leveduras personalizadas de duas destilarias, em 2008, para 17 em 2015. Para isso, é fundamental um controle de qualidade que garanta confiabilidade dos dados aferidos, o aperfeiçoamento dos parâmetros avaliados, ano após ano, e o investimento em automação, que hoje chega ao “chão de fábrica” para contribuir tanto com a parte gerencial, na definição de investimentos, quanto no controle laboratorial.
Novidades
Na Reunião de Início de Safra, os profissionais da Fermentec apresentaram novidades para controle laboratorial e redução de custos.
Análise
Para a determinação do amido foram apresentadas as vantagens do método australiano BSES que realiza a análise em três etapas, diferentemente do convencional SMRI, dividido em seis etapas.
Ácido clorídrico
Aplicações já realizadas com o ácido clorídrico mostraram que ele pode ser uma boa alternativa ao ácido sulfúrico. Além de ter custo menor, dependendo da demanda e da região da usina, não oferece riscos à saúde como o sulfúrico.
Alto teor alcoólico e volume da vinhaça.
Para cada litro de etanol são produzidos 12,4 litros de vinhaça, que corresponde ao esgoto não tratado de 18 pessoas. Hoje é produzido 1 bilhão de litros de vinhaça por dia. Nos últimos 40 anos a produção de etanol aumentou 60 vezes, mas o teor alcoólico continua o mesmo. Quanto maior for o teor alcoólico da fermentação, menor é a produção de vinhaça. Uma fermentação com 8% de teor alcoólico representa 639 tanques de carregamentos de 15 metros cúbicos. Com 16% de teor, o número cai para 290 graças à redução no volume de vinhaça.
Por isso a Fermentec desenvolveu as tecnologias ALTFERM®, que eleva o teor alcoólico para até 12% sem o uso de chiller, e o ECOFERM® que permite a realização da fermentação com até 16% de teor com chiller, que permite um controle mais adequado d a temperatura.
Encerramento
O diretor operacional da Fermentec, Henrique Amorim Neto, encerrou a reunião destacando o papel da capacitação como chave para as usinas chegarem ao final da safra com resultados muito positivos. O rendimento geral da destilaria, que antes era inferior a 86% em 10 unidades, caiu para zero. O RTC de 2013 abaixo de 88% registrados em anos anteriores em 12 unidades, agora afeta apenas cinco. As perdas na torta acima de 0,5% caíram de 45 para 41 unidades. Nos últimos três anos, a Fermentec triplicou o número de participantes em cursos e treinamentos “A capacitação aliada a condução do processo e a qualidade dos equipamentos formam o tripé para se atingir a excelência”, afirmou Henrique Neto.
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