Reunião de Início de Safra: usina 4.0

Participantes da Reunião de Início de Safra da Fermentec de 2018

A Reunião de Início de Safra, realizada no dia 28 de fevereiro pela Fermentec em Piracicaba, abordou uma nova realidade que hoje já faz parte de diversos segmentos do mercado e estará também no dia a dia das usinas: a ciência de dados, o aprendizado de máquina e as aplicações de inteligência artificial.

O presidente da Fermentec, Henrique Amorim Neto: desenvolvimento de tecnologias para ciência de dados e inteligência artificial

Os profissionais da Fermentec divulgaram durante o evento as tecnologias que estão em desenvolvimento para transformar dados em negócios. As transformações que estão em andamento já foram introduzidas pelo presidente da Fermentec, Henrique Amorim Neto, logo na abertura da Reunião “As usinas têm uma quantidade enorme de dados sobre a parte agrícola e o processo industrial e o projeto da Fermentec é coletar esses dados, transformá-los, ou seja, fazer a aplicação tecnológica, consumir as informações e tomar decisões dentro de uma visão analítica”, explicou Henrique Neto.

Em sua palestra sobre a conectividade das usinas, Marcel Lorenzi aprofundou os detalhes e explicou como será o Portal do Cliente, uma ferramenta que está sendo desenvolvida pela Fermentec para trabalhar com a ciência de dados. Por meio da mineração de dados será feita toda a coleta e tratamento de informações sobre o processo com comunicação aos clientes em tempo real. Esse recurso será um facilitador na tomada de decisão, seja de forma emergencial ou para basear um planejamento futuro. O Portal do Cliente funciona atualmente em projeto piloto com cinco usinas e após sua consolidação estará disponível a todos os clientes.

Bruno Belanda, fundador da Intelup, startup parceira do projeto, mostrou os problemas da usina 3.0 em que a comunicação entre as partes operacional e corporativa nem sempre ocorre como o esperado. Já na usina 4.0, a gestão é totalmente integrada entre as áreas de automação e tecnologia da informação. Com isso, o armazenamento das informações é centralizado e os painéis de gestão já exibem análises automáticas seja nas telas de uma smart tv ou do celular. Para a tomada de decisões, o sistema conta com um chat entre a Fermentec e a usina, o que permite maior agilidade.

As demais palestras apresentadas aos profissionais do setor sucroenergético mostraram que dados é o que não falta. Foram divulgadas uma série de melhorias em relação ao controle da contaminação, como verificar com ela ocorre e o tipo adequado de microbiano a utilizar e informações importantes sobre a fermentação. Na palestra Fermentações Resilientes, Mário Lúcio Lopes mostrou quais parâmetros devem ser observados para garantir o retorno da indústria ao estado original após uma interrupção. Todas as pesquisas têm uma mesma mensagem: é preciso conhecer em detalhes cada etapa do processo e seus comportamentos frente a contaminações, mudanças de temperaturas, invasão de leveduras selvagens, paradas, etc. Só com conhecimento é possível aumentar a eficiência.

O fundador da Fermentec, Henrique Amorim, encerrou o evento destacando o papel da colaboração para o sucesso das empresas

O fundador da Fermentec, Henrique Amorim, encerrou a reunião afirmando que foi a melhor dos últimos dez anos, pelo conteúdo, pela audiência e pelas novidades “É uma nova era. A Fermentec é um sucesso porque seus clientes têm sucesso. É uma parceria de ganha ganha. Colaboração é a chave. Persistência e resiliência são fundamentais”, finalizou Amorim.

Confira abaixo os tópicos da Reunião de Início de Safra de 2018 da Fermentec:

Desempenho dos clientes Fermentec na safra 2017/2018 foi apresentado por Osmar Parazzi Junior
Otávio Tufi, do Benri Ratings, mostrou os pré-requisitos para a usina operar com safra longa
Conectividade na gestão de usinas e a aplicação de aprendizado de máquina e inteligência artificial para o tratamento de dados foi o assunto da palestra de Marcel Lorenzi, que apresentou em primeira mão o Portal do Cliente, novo produto da Fermentec que está em fase piloto com cinco usinas. É a integração entre controle operacional e o sistema de gestão das unidades.
Luiz Anderson Teixeira apontou medidas para aumentar a produtividade na fábrica de açúcar
Ainda tratando sobre as novas tecnologias, Paulo Vilela mostrou como funcionam os controles avançados na condução dos processos industriais
Fernando Henrique C. Giometti abordou as novas metodologias para diagnosticar a contaminação bacteriana. Uma das formas é quantificar os metabólitos produzidos, como ácido láctico, ácido acético e manitol. Essas metodologias se mostraram viáveis técnica e economicamente, são alternativas para a redução no número de análises e podem evitar prejuízos financeiros causados por perda de rendimento na fermentação.
As melhorias nos indicadores utilizados na gestão do processo industrial foram apresentadas por Claudemir Bernardino. As atualizações estão em desenvolvimento para a criação de novas metodologias estatísticas e agilização da comunicação dos resultados. As atualizações contemplam as novas tecnologias, como o digestor quente/frio, o redesfibrador modelo África do Sul e a cromatografia.
Seguindo com o tema da contaminação, que é um dos principais problemas que afetam diretamente a fermentação, Dinailson Corrêa de Campos alertou sobre o uso racional de antimicrobianos (ácidos e antibióticos). Para cada tipo de bactéria há um conjunto de antimicrobianos mais eficaz. Como a comunidade bacteriana pode mudar ao longo do tempo, é importante fazer o teste de sensibilidade com princípios ativos variados para usar o produto mais adequado. O momento certo de aplicar e a dose também fazem a diferença para reduzir os custos e aumentar a eficiência.
O tema da palestra de Mário Lúcio Lopes foi Fermentações Resilientes. Ele mostrou estudos de caso de usinas que, após interrupção na indústria, conseguiu retomar a fermentação com os mesmos indicadores do nível original. Um ponto chave para o êxito na retomada foi a manutenção da viabilidade das leveduras. Por isso, segundo Mário Lúcio, conhecer bem a levedura que está no processo é fundamental para estar preparado para uma interrupção de processo.