O que é o óleo fusel? Uma das possíveis definições diz ser uma mistura composta por álcoois superiores, como o Isoamílico, o Amílico, o n-Propílico, o Isobutílico, entre outros de concentrações insignificantes. O etanol não faz parte da composição.
Tabela 1. Principais constituintes do Óleo fusel
Fonte da tabela: Perez et. Al 2001
O primeiro relato sobre óleo fúsel foi em 1785 (Scheele), porém a sua identificação e descrição foi em 1800, na Alemanha, sendo chamado de fousel (“bad spirit”). Somente a partir de 1830 o óleo fúsel foi isolado e caracterizado por alguns pesquisadores. O óleo Fúsel possui duas vias de formação: aminoácido ou glicose, conhecidas por Via de Ehrlich e Biossintética, respectivamente.
Figura 1. Via de Ehrlich e Biossintética
Atualmente, o óleo Fúsel é classificado em Baixo (Amílico e Isoamílico) e Alto (n-Propanol, Isobutanol e n-Butanol). Na prática, durante a extração na coluna de retificação, não existe esta separação. A produção percentual de óleo fúsel em relação ao etanol produzido, em condições nacionais, varia de 0,1 a 0,3%.
Tabela 2. Produção média de alguns clientes Fermentec
Segundo Patil et. Al 2002, níveis de 0,4% retardam a fermentação e 0,7 a 0,8% inibem a fermentação.
Existem cinco fatores diretamente relacionados à produção de óleo fúsel: linhagem da levedura, tipo da fonte nitrogenada (sais de amônia e aminoácidos), característica da fermentação (tempo de fermentação, tempo de espera para centrifugação, temperatura da fermentação e pH), tipo de mosto (melaço, caldo cru, caldo clarificado) e arejamento.
O óleo fúsel possui diversas utilizações industriais, dentre elas: reagentes em sínteses orgânicas, indústria de plástico e perfumaria (ésteres), carburante junto ao etanol e diesel. Apesar destas utilidades, o setor sucroenergético busca minimizar sua produção, pois nem sempre possui preço favorável. Agrega-se a este fator a redução da eficiência do processo fermentativo, seja em função do possível estresse as células de levedura e/ou pelo desvio de açúcar para formação destes subprodutos.
Nesta concepção, é possível minimizar a produção do óleo fúsel adotando as seguintes medidas:
– Escolher a levedura mais adequada, seja selecionada ou personalizada;
– Verificar a fonte nitrogenada utilizada no processo, quando necessário;
– Adequar os parâmetros da fermentação;
– Evitar aeração de cubas e dornas.
Autor: Osmar Parazzi Jr.
Fonte: Portal FT abril/2016