Após ter a sua décima edição adiada por conta da proibição de eventos presenciais causada pela pandemia da Covid-19, foi realizado nesta sexta-feira, 17 de dezembro o Simpósio Científico Interno da Fermentec, Scifer. O encontro é realizado tradicionalmente todo mês de dezembro para apresentar aos colaboradores um resumo de todo o trabalho feito em pesquisa e desenvolvimento de novas tecnologias.
Na abertura, o presidente do conselho de administração da Fermentec, Henrique Vianna de Amorim, relembrou a origem da iniciativa em se fazer uma reunião uma vez por ano para reunir os colaboradores. Quando ainda era professor da Esalq, Amorim começou a reunir seu grupo de 11 estagiários para que apresentassem os trabalhos que estavam desenvolvendo. Assim, era feita uma troca de informações entre vários assuntos diferentes, ajudando a aumentar o conhecimento dos estudantes “a experiência deu tão certo que em três anos todos os institutos da Esalq estavam fazendo esse encontro entre estagiários e bolsistas. Pelo resultado que teve na Esalq, repliquei a experiência aqui na Fermentec com a ajuda da Silene (Silene Paulillo, coordenadora de Pesquisas em Fermentação e Seleção de Leveduras) e hoje temos o Scifer completando dez anos”, explicou Amorim.
As apresentações envolveram todos os departamentos da Fermentec. Foram abordados o digestor quente/frio, classificação da cana processada, controle bacteriano, evolução nas tecnologias na fermentação e novas matérias-primas, como a produção de etanol com bagaço de laranja. Já a última parte do Scifer foi dedicada às leveduras com resultados de monitoramento de processos feito em usinas.
No encerramento do Scifer, o presidente da Fermentec, Henrique Berbert de Amorim Neto, fez uma comparação entre a troca de conhecimento promovida no Scifer e momentos importantes da história que foram marcados pela interconectividade, mas com uma grande diferença sobre a velocidade da evolução. Henrique Neto lembrou que Charles Darwin escreveu A Origem das Espécies em 30 anos fazendo diversas viagens pelo mundo de barco. Já o projeto genoma, que mapeou mais de 1.800 genes de doenças, levou 13 anos para ser concluído envolvendo mais de cinco mil cientistas em 250 laboratórios do mundo inteiro. O exemplo mais recente é a produção das vacinas contra a Covid-19 que só se tornou realidade graças ao tripé átomo, bit (tecnologia da informação) e genes em tempo recorde “isso mostra a importância da conexão entre vários setores. Os novos movimentos das organizações vão passar cada vez mais pela velocidade, múltiplos conhecimentos e know-how complementar. É isso que a Fermentec busca com o Scifer”, concluiu Amorim Neto.