Atualmente no laboratório de uma usina os analistas utilizam boa parte do tempo na parte operacional, manipulando e coletando amostras. Com isso acaba sobrando pouco tempo para fazer uma análise crítica dos resultados e fazer todas as verificações necessárias sobre a confiabilidade da amostra.
Já existem tecnologias que tornam possível um robô manipular pipeta ou uma solução, pesar cana, etc. Mas o laboratório do futuro não vai envolver só automação. Implica em otimizar recursos e integrar de forma mais efetiva o laboratório com a parte operacional. O laboratório da usina do futuro terá que agregar valor ao processo, segundo Eduardo Borges, da Fermentec.
Borges acredita que a nova realidade destes laboratórios será baseada em cinco pilares:
– Medir o que deve ser medido. Tem que ser medido o que interessa, o que vai ajudar a reduzir perdas. Se não agregar valor, não é preciso medir;
– Medir na frequência necessária, nem mais, nem menos. Em 2014, a Fermentec lançou circular para otimizar a frequência analítica e melhorar a eficiência dos laboratórios;
– Capacitação de operadores. Equipamentos portáteis e instrumentação moderna permitem tirar as análises do laboratório e levar para a produção. Já existem equipamentos para fazer determinações na indústria e na parte microbiológica;
– A amostragem toma tempo do analista. Em uma usina são mais de 20 pontos de amostragem. A Fermentec tem um projeto de engenharia em que em vez do analista sair em busca das análises, elas é que chegam ao laboratório. Envolve processos de assepsia e a coleta conservada, sem a interferência de contaminação;
– Instrumentações analíticas e modernas aliadas a equipamentos automatizados, em especial a cromatografia. Também deve ser destacada a utilização da tecnologia NIR, que a Fermentec trabalha desde a década de 90, que permite a obtenção de resultados rápidos. Tem que ser bem calibrado com verificações periódicas;
Automação das análises
Já existem diversos equipamentos que podem auxiliar no dia a dia do laboratório que fazem, por exemplo, diluição das amostras, análise de cor e turbidez no açúcar. O titulador automático é muito comum em laboratórios de outras áreas, mas ainda raro em usinas. Para a microbiologia existe um equipamento que faz a contagem de leveduras. Mas toda essa otimização do laboratório não irá agregar valor se os dados forem transcritos de forma manual. Por isso será fundamental a utilização de softwares em que os dados já são inseridos no sistema de forma automática para um completo gerenciamento.
“Não será a automação que vai resolver todos os problemas, mas sim a forma do colaborador pensar e dar solução a eles. O laboratório do futuro reduzirá desperdícios, trará resultados mais confiáveis e permitirá tomadas de ações rápidas e assertivas”, finaliza Eduardo Borges.